sábado, 18 de julho de 2009

Açores em cima do joelho #1

Não sei se já repararam (de certeza que já repararam) que cá (nos Açores) parece que os “projectos de desenvolvimento” são feitos/decididos com base em grandes estudos feitos... em cima do joelho.
Isto não tem a ver com partidos: tem a ver com pessoas. Só pode.
Vejamos alguns casos:*

Nos Açores sempre choveu bem. “É facto”. Claro está que nós, Açorianos, sempre recusámos e contestámos a ideia de que nos Açores chovia muito: caramba, sempre negámos aos “amigos” continentais que cá não chovia nada por aí além. Se disséssemos o contrário, correríamos o risco de afugentar os turistas: “ah, chove muito lá, é melhor nem pôr lá os pés”.
Mas o facto de, por norma, chover bem no arquipélago, levou a outras consequências que agora estão à vista e pelos vistos, se a coisa continuar assim, vão sobressair ainda mais nos próximos anos: nunca ninguém (Governo, Câmaras, Juntas) se preocupou (e pelos vistos sequer pensou) em acautelar o futuro: “ah, enquanto chover, não falta água por cá”.
Pois é: a chatice é quando não chove(r).
E pelos vistos, até hoje ninguém tinha pensado que um dia, talvez, quem sabe, a chuva vai dar uma volta ali ao lado e deixa de cair como “normalmente” caía em cima das ilhas.
Resultado: as lagoas têm menos água, a agricultura vê-se à rasca e tem que ir buscar água a quilómetros e as pessoas vêem a água racionada ou sem qualidade.
Porquê? Por falta de planeamento e de prevenção.
Tal como muitas outras áreas, neste arquipélago.
Claro que a culpa é da meteorologia, não é de todos os que fizeram pouco ou nada para precaver situações deste género.

* há outros casos que merecem referência. Ficam para outros posts

1 comentários:

Café Puro disse...

Bem visto e bem dito...
Ao longo de décadas as ilhas foram desflorestadas em nome da agro-pecuária, admitindo-se a questionável ideia de que este sector era o motor dos açores.
Em poucos anos, más decisões fizeram acontecer o que em séculos não se fez...comprometer decisivamente a qualidade do futuro próximo nas ilhas.
Será que agora é a agropecuária que nos vai dar este bem essencial (água)?
Ou será que vamos ter subsídios para comprar garrafões de água para nos lavarmos???