Não resisto: transcrevo aqui parte do editorial da revista Sábado desta semana (o qual subscrevo);
"Os partidos portugueses, com exepção do PSD, juntaram-se num esforço sobre-humano para educar o povo e livrá-lo da sua burrice congénita. Com receio de que os eleitores não consigam perceber a diferença entre a votação de um presidente de câmara e de um primeiro-ministro, os partidos defendem a convocação de duas eleições no espaço de duas semanas.
De facto, seria mais prático ter legislativas e autárquicas no mesmo dia (pessoas, meios, requisições de escolas...), seria mais barato (menos 4 milhões de euros) e, sobretudo, seria mais agradável (obrigava as pessoas a deslocarem-se apenas uma vez à mesa de voto). Mas para os partidos, nenhum destes argumentos anula o mais imporatnte de todos: os portugueses não iriam perceber a diferença entre os dois actos eleitorais, iriam confundir tudo e eleger um primeiro-ministro que, no fundo, no fundo, não queriam.
É nestas alturas que convém deixar bem clara a consideração que os políticos têm pelos eleitores. Para que depois, quando a abstenção voltar a ultrapassar os 60%, não se queixem da pouca consideração que os eleitores têm por eles."
segunda-feira, 29 de junho de 2009
"o povo é sábio" quando?
(os sublinhados são meus)
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4 comentários:
Você sabe muitíssimo bem que, até do ponto de vista de comunicação e dos média, as questões autárquicas iam ser absolutamente abafadas.
Que espaço restaria na opinião pública para um debate claro e são sobre os probelmas que se colocam ao dos níveis (autárquico e legislativo)?
Depois de uma manifestação tão grande de desinteresse como foram as últimas eleições, não vale mais a pena fazer as campanhas sem confusão, com objectividade, falando dos probelmas concretos?
Teria sido um erro enorme sobrepor estas eleições!
desculpa-me por aqui vir em género de "spam" mas eu quero mesmo é apenas aqui deixar a ligação para uma posta minha, em tom de repto :P
abraço!!
Até poderia ser um "erro enorme" sobrepor estas eleições.
Facto é que os argumentos dos partidos para defender 2 actos eleitorais separados, foram fracos e incidiram acima de tudo na "confusão" que poderia gerar nos eleitores. Até no Twitter vi políticos esgrimirem argumentos desses, como se mais nada houvesse para justificar uma opção.
Nelson, estás à vontade
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