terça-feira, 24 de outubro de 2006

Isto ainda existe

E as escolas teimam em ser cúmplices.
Hoje o meu filho (de 7 anos) trouxe para casa um papel para eu assinar, que diz o seguinte:

"O FOTOGRAFO TEM O PRAZER DE APRESENTAR
O NOVO CONJUNTO DE FOTOGRAFIA ESCOLAR...
CONJUNTO DE FOTOS COM CAPA INCLUÍDA 7,50 Euros

1-FOTO 15*20
4-FOTOS 4,5*6,5
1 FOTO 15*20 GRUPO
2-FOTOS FELIZ NATAL
1-FOTOS 10*15 (PRETO E BRANCO)
1-FOTO 10*15
Autorizo a tirarem fotos ao meu filho(a), comprometendo-me assim a ficar com elas mediante o preço acima referido.

SIM____ NÃO_____
Nome do Aluno___________________________
Ano_______ Turma______ N.º________

Só a Fotografia do Grupo 2,50 Euros SIM_____ Não____
Assinatura do Encarregado de Educação___________________"


Quem tem filhos, sabe que é extremamente incómodo para os putos não tirarem as fotografias, quando outros o fazem.
O "Fotografo" sem acento também sabe e continua ano após ano, a servir-se disso.
Quem não tem filhos diz "epá, não autorizes e pronto". Até se compreende. Não têm filhos.
As fotografias são da guerra de 14, ultrapassadíssimas, tipo de estúdio, com poses à pressão e se não ficar deixa lá que os pais pagam na mesma.
Não é pela quantia em causa, é pelo aproveitamento da negociata que rende centenas (senão milhares) de euros e pela cumplicidade das escolas.
Não se admite. Estamos em 2006.
Podia ficar aqui meia hora a escrever sobre o assunto, sem dificuldade nehuma.
Perguntam-me "mas assinaste e autorizaste?"
Claro que sim, o "Fotografo" sem acento inferniza-me a vida há anos, tipo fantasma, sempre com a mesma mensagem, em tom de eco fantasmagórico "cá estou eu para te ir à carteira".
E eu deixo, porque o meu filho de 7 anos não precisa e muito menos merece ser descriminado na escola, pelos colegas (todos os putos (o meu de 7 anos incluído) são terríveis nisso) porque pura e simplesmente não tirou as fotografias que (quase) todos os outros tiram.
E no fim, o "Fotografo" sem acento faz contas ao lucro.
E no fim, está tudo bem para as escolas.

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