sábado, 16 de janeiro de 2010

Joaquins Dakar Faustinos

Acabei de ler no Facebook: “Miguel Barbosa relata ao Expresso as peripécias do seu dia-a-dia, ao volante de um Mitsubishi, nas etapas da Argentina e Chile que integram a edição de 2010 do rali Dakar. Clique para visitar os postais O Dakar visto de dentro.”
Claro que suscita a curiosidade de qualquer mortal que não ande em 2 ou 4 rodas a 200 e mais à hora, em “caminhos” de terra, lama, areia ou qualquer coisa do género.
E é claro que a figura desse “qualquer mortal” que não anda “em 2 ou 4 rodas a 200 e mais à hora” representa a grande maioria da população.
Certo é que, ao ler aquele parágrafo, dei por mim refazer o texto mentalmente, lendo qualquer coisa como “Joaquim Faustino relata ao Expresso as peripécias do seu dia-a-dia, ao volante da sua vida, nas etapas da subsistência e da teimosia que integram a casmurra edição de 2010 do rali “tu consegues”. Clique para visitar os postais A miséria do Joaquim Faustino vista de dentro.
O Dakar é mais notícia do que a vida miserável do Joaquim Faustino? Claro que é.
Afinal o Dakar acontece 15 dias por ano.
Já as vidas dos “Joaquins Faustinos” deste país, desta região, repetem-se dia após dia, todo o dia, todos os dias.
(Também) Por isso, as peripécias dos “Joaquins Faustinos” não são notícia nem despertam a curiosidade.
São o que são: mais do mesmo.
De todos os dias.
Mais um, menos um.
Joaquins Faustinos há muitos.
Por isso deixam de dar nas vistas.
É pena.

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