O que nos vale...

"...o preço das passagens para o Continente em 2005 aumentaram 8 por cento. Exemplo disso é que os residentes nos Açores desembolsam 215,32 euros, com taxas incluídas, nos voos directos entre os Açores, Lisboa e Porto, ao passo que o ano passado aquele valor quedava-se, sensivelmente, pelos 200 euros. Ou seja: um aumento considerável de 15 euros por via, não da tarifa em si que continua a ser de 179 euros, mas da introdução de um nova taxa (além das aeroportuárias) que já semeia a polémica: é a taxa de emissão de bilhete que vem gerar uma receita extraordinária para o agente emissor – a SATA ou o agente de viagens -, mas que não deixará de sobrecarregar o cidadão comum quando tiver que pagar a factura final."
in Açoriano Oriental - Quinta-feira, 6 de Janeiro de 2005
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O que nos vale é que o Santana Lopes prometeu na campanha eleitoral para as regionais de outubro, que iria baixar o preço das passagens. Imaginem se não tivesse prometido. As passagens deviam aumentar, no mínimo, para o dobro.

O que nos vale é que o Presidente da SATA diz que as obrigações de serviço público permitem a "liberalização controlada" dos transportes aéreos nos Açores. Imaginem que não houvesse "liberalização controlada". Se eles controlados já inventam 1001 formas de aumentar as passagens...

O que nos vale é que mais uma vez, SATA e TAP juntaram os trapinhos e fizeram um acordo de exploração das linhas aéreas dos Açores em que o único PERDEDOR é o POVO, que precisa de viajar. Imaginem se entrassem outras companhias no mercado açoriano. Não se quer ver a SATA com prejuízos. Temos que defender o que é nosso!

O que nos vale é que o Governo Regional diz nada poder fazer. Imaginem que podia. Faria? O quê?

O que nos vale é sermos um povo de ideias curtas e pequenas e sermos brandos: vamos comendo e calando. Imaginem um povo culto, sabedor, reivindicativo. Dava muito mais trabalho, não era?

O que nos vale é que isto não nos vale de nada. As passagens aumentaram e só paga quem quer (precisa de) viajar.

Por isso, desenrasquem-se.