quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Incómodos e maçaduras

Incomodam-me as que não reagem.
Porque não dão luta.
Chateiam-me as que fogem de um assunto.
Por ser quase impossível confrontá-las.
Irritam-me as que assobiam para o lado.
Porque nunca é nada com elas.
Cansam-me as que andam à volta e não são capazes de dizer de uma vez ao que vêm.
Porque não olham de frente.
Espantam-me as que atacam violentamente sem olhar às consequências.
Porque não (se) sentem.
Chocam-me as que, um dia depois de atacar, agem como se nada se tivesse passado.
Porque esperam que seja tudo esquecido.
Transtornam-me as que fazem da hipocrisia, religião.
Porque se revelam falsas.
Maçam-me as que não têm, ou fingem não ter opinião.
Porque lhes falta espinha dorsal.
Constrangem-me as que acham que põem e dispõem.
Porque se revelam autistas autoritárias.
Enervam-me as que pensam que se pode viver de aparências.
Porque são ocas.
Entristecem-me as que não sabem ouvir.
Porque são casos perdidos.
Sim, falo de gente.
Essa gente.